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Retalhos de Marvila 1 a 6 - em actualização
Retalhos de Marvila 1 a 6 - em actualização

Breve História de Marvila

Situada entre o Aeroporto e o rio Tejo, Marvila apresenta grandes contrastes, com estreitas azinhagas e largas avenidas, a par das recentes experiências arquitetónicas, de pequenas hortas e de moderníssimas instalações industriais.

O sítio de Marvila, tão velho quanto a fundação da nacionalidade, é dos bairros mais típicos da zona oriental da cidade de Lisboa.

Até ao século XIX, sucediam-se agradáveis quintas nesta vasta zona de Lisboa e era grande a fertilidade das terras banhadas pelo Tejo. Era, até há pouco 

tempo, uma freguesia essencialmente rural, onde proliferavam as quintas e as hortas.

Ainda hoje, os exemplos são fáceis de detectar: a Quinta dos Ourives, a da Rosa, a das Flores, a das Amendoeiras, a do Leal, a do Marquês de Abrantes… Estas propriedades eram exploradas, na sua maioria, por gentes originárias do norte do País e abasteciam os mercados ambulantes, espalhados pelo bairro, pela vizinhança e, mais tarde, por toda a Capital. Ao antigo mercado da Praça da Ribeira, a mercadoria chegava transportada por carroças.. Mas de zona rural, Marvila transformou-se, com o passar dos anos, em zona urbana de fisionomia bairrista e fabril. Todavia

, ainda hoje se vêem vestígios de uma grande actividade hortícola.

O palácio do Marquês de Abrantes, na rua de Marvila, ou o da Mitra, na rua do Açúcar, são verdadeiros exemplares dos vários solares que ali foram edificados. Também os monumentos de carácter religioso abundavam, como o antigo Mosteiro de Marvila. No século XX, continuou a instalação de unidades fabris desde a rua do Açúcar até Braço de Prata. São deste período as tanoarias da rua Capitão Leitão e os armazéns de 


vinhos de Abel Pereira da Fonseca (que, pouco antes de morrer disse a seus descendentes "enquanto o Tejo tiver água, nunca deve faltar vinho a Lisboa"). Hoje, estes armazéns estão transformados em centros culturais. A actual Marvila, freguesia criada pelo Dec.-Lei 42.142 de 7 de Fevereiro de 1959, é bem significativa da zona periférica de uma grande cidade europeia em franco crescimento. Beneficiou, consideravelmente, com a realização do grande evento que foi a Expo 98. O seu padroeiro é Santo Agostinho.

Criada em 1959, a freguesia faz remontar o povoamento do seu território a tempos pré-históricos. A comprová-lo está a descoberta de uma placa de xisto ornamentada, com cerca de 5000 anos, encontrada na quinta da Farinheira.

 

Do período romano, encontram-se algumas lápides, bem como um friso de sarcófago, datado do século III. Em Poço de Cortes apareceu uma necrópole lusitano-romana, onde foram recolhidas uma lápide, três aras votivas e outros materiais da época. Também a presença visigoda deixou as suas marcas, especialmente na zona do Vale de Chelas, nomeadamente no convento, onde foram encontrados motivos hispano-godos, que terão pertencido a pilares ou frisos de um templo.

Dois anos após a conquista de Lisboa, D. Afonso Henriques doou à Mitra de Lisboa todas as rendas e terras de Marvila que possuíam mesquitas dos mouros. Essa herdade de grande extensão, foi dividida em duas partes pelo Bispo de Lisboa, D. Gilberto, em 1150. De uma das metades resultaram 31 courelas que o prelado entregou aos cónegos da Sé e que, a partir do século XV deram origem às muitas quintas de Marvila.

Até essa altura foram muitas as instituições que aqui tiveram propriedades: Mitra de Lisboa, Mosteiros de Chelas, de S. Vicente de Fora e de Santa Cruz de Coimbra, Ordens do Templo, do Hospital e de Santiago, para além de alguns particulares.

Esta zona de Lisboa concentrou durante décadas a atividade portuária e industrial. Contudo, esta proletarização é relativamente recente. O fumo das fábricas esconde vestígios de outro tipo de ocupação, a da aristocracia que aqui habitou nos séculos XVII e XVIII, a par de algumas ordens conventuais.

Após o terramoto de 1755, muitas quintas nobres são abandonadas e surgem nos seus terrenos as duas primeiras fábricas, ambas dedicadas à estamparia de chita (1785 e 1786). Após a extinção das ordens religiosas, em 1834, e a inauguração da linha férrea em 1856, a industrialização progride e assim se manterá até aos anos 50 do século XX. Em Marvila ainda abundam sinais desse tempo, como a Fábrica de Material de Guerra de Braço de Prata, a Abel Pereira da Fonseca, entre outras.

 



 

 

 

Na Rua do Açúcar, no século XVII, é edificado o conhecido Palácio da Mitra. D. Tomás de Almeida (1716-1754), primeiro Cardeal Patriarca de Lisboa, aqui construiu um cais onde embarcava na sua galeota rumo à cidade. No Palácio da Mitra funcionou, na era industrial, a Fábrica Seixas (Metalurgia), sendo os escritórios nos salões e a fábrica nas cocheiras. Adquirido pela Câmara Municipal em 1930, este palácio foi estação de limpeza, biblioteca (o que levou ao desmantelamento da cozinha e da capela), e mais tarde Museu da Cidade. Hoje, este edifício alberga a sede da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE).

No Poço do Bispo (Praça David Leandro da Silva) podemos ainda hoje observar, em perfeito estado de conservação, uma peça de mobiliário urbano, um urinol público metálico, semelhante ao que podemos encontrar no Cais do Sodré. Nesta praça, podemos ainda observar dois magníficos edifícios Art Deco, os armazéns de vinho da Abel Pereira da Fonseca e da José Domingos Barreiros.

No Largo de Chelas ergue-se, ainda hoje, o Convento de S. Félix e Santo Adrião, o qual possui um portal manuelino e galilé, classificado como monumento nacional em 1910. Pensa-se que este seja o edifício religioso mais antigo da cidade de Lisboa. Foi neste convento que, em 1898, foi instalada de pólvora sem fumo, passando depois a albergar as viúvas de militares e hoje é onde podemos encontrar o Arquivo do Exército.

Na Rua Direita de Marvila situa-se o antigo Convento de Nossa Senhora da Conceição, fundado em 1660. O edifício ficou muito arruinado pelo terramoto de 1755, contudo pode ainda observar-se o claustro com seis arcos de volta perfeita e tanque ao centro, e os muitos azulejos nas escadarias e em algumas salas. Na igreja pode ver-se um tecto pintado sobre gesso, muito ao gosto do século XVII, com talha dourada a revestir todo o corpo da nave e um silhar de azulejos historiados. Na capela-mor existe ainda uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. É de realçar ainda um quadro alusivo à vida da Virgem, provavelmente da autoria de Bento Coelho da Silveira. Hoje, encontra-se aí instalada a Mansão de Santa Maria de Marvila.

 


    

 

 

 

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ORIGEM DOS HABITANTES:

BAIRRO CHINÊS, QUINTA DO LEVY

 

A freguesia de Marvila (topónimo que talvez signifique vila do mar, dada a proximidade da margem do Tejo), criada apenas em 1959, é testemunha de um passado expresso em muitas quintas, palacetes e fábricas, que se estendiam desde a zona ribeirinha do Poço do Bispo até ao planalto de Chelas.

Esta zona de Lisboa era parte da extensa Herdade de Marvila, dividida ao meio pelo bispo de Lisboa, D. Gilberto, em 1150. Em meados do século XIX, muitas destas propriedades, pertencentes à nobreza, foram desmembradas e passaram para as mãos de homens de negócios em ascensão – comerciantes e industriais. Algumas quintas serviram para albergar a mão-de-obra que alimentava a indústria lisboeta, gente que vinha dos campos, sobretudo do Norte, em busca de melhores condições de vida.

Este aproveitamento dos espaços de cultivo para a construção de habitação clandestina documenta, de algum modo, a enorme pressão demográfica a que esta zona da Cidade ficou sujeita, constituindo, hoje, uma reminiscência da Lisboa industrial e operária do início do século XX.

A Quinta do Marquês de Abrantes é o melhor exemplo da ocupação anacrónica do tecido rural da Cidade. Já no princípio do século XX, a Quinta apresentava sinais de abandono e o palacete evidenciava indícios de degradação. Parte do casario viria a ser ocupado por diversas famílias de poucos recursos; nos terrenos rurais seriam instalados alguns aglomerados de barracas com grandes espaços de hortejo.

O primeiros moradores eram oriundos das Beiras, particularmente do distrito de Viseu, de Castro Daire e de Resende, com modos de vida estruturados e boas relações de vizinhança, trabalhadores, maioritariamente da Fábrica Nacional de Sabões, da Fábrica de Borracha, da Fábrica dos Fósforos e dos armazéns de vinhos de Abel Pereira da Fonseca.
 

Foi precisamente em terrenos da Quinta do Marquês de Abrantes que viria a nascer o Bairro Chinês, uma das maiores concentrações de barracas da zona oriental da Cidade. Sem infra-estruturas básicas, a Câmara Municipal de Lisboa viria a instalar, em meados da década de 1970, no amplo átrio de entrada da quinta, lavadouros e outros equipamentos colectivos de apoio às cerca de mil barracas.
 

Implantado no coração da Quinta do Marquês de Abrantes, o Bairro abrangia ainda terrenos de pequenas quintas limítrofes expropriadas pela Câmara Municipal de Lisboa nas décadas de 1950/1960, para a implementação do Plano de Urbanização de Chelas e para a abertura da Avenida Marginal do Oriente (actual Avenida Infante D. Henrique) até à Rotunda do Baptista Russo.
 

A origem do nome “Bairro Chinês” perdeu-se um pouco na memória dos seus primitivos ocupantes. Correm duas versões: a primeira, talvez a mais consistente, prende-se com as imagens de juncos e aldeamentos flutuantes das embocaduras dos rios chineses, vistas nos filmes da época, onde eram referenciadas enormes concentrações de casas de madeira distribuídas em estreitas e labirínticas ruelas amontoadas de pessoas; a segunda versão tem origem na eventualidade de o proprietário ou arrendatário de algum dos terrenos ter feições orientais.
 

Em 1968, por iniciativa dos moradores do Bairro que ficou conhecido por projecto PRODAC – Associação de Produtividade na Auto - Construção, iniciou-se, pela primeira vez, um trabalho de intervenção comunitária de realojamento destinado à promoção social dos residentes da Quinta do Marquês de Abrantes, que contava com a participação da PRODAC, da Cáritas Portuguesa e da União Católica dos Industriais e Dirigentes do Trabalho.

Em 1991, no âmbito do Plano de Intervenção a Médio Prazo (PIMP), iniciou-se a nova fase de realojamento dos moradores do Bairro Chinês, contemplando 238 barracas, realojados maioritariamente no Bairro da Quinta dos Alfinetes e, em número mais reduzido, no Bairro do Armador, em prédios de seis andares com dois fogos por piso.
 

Em 1994, com a integração desta zona degradada no Programa Especial de Realojamento (PER), foi posto em marcha um novo programa de realojamento faseado, que culminou em 2000, contemplando 488 famílias. Estas receberam casa em bairros municipais próximos do seu local de origem: Bairro dos Alfinetes, Bairro da Quinta do Marquês de Abrantes (Piano), Urbanização da Avenida de Berlim, Bairro do Armador e Casal dos Machados.

 

 

 

QUINTA DO LEVY

 

Encaixada entre a linha do caminho-de-ferro e a Rua de Marvila, a Quinta do Levy apresentava um núcleo de 270 barracas e casas abarracadas (recenseamento de 1993). Foram realojadas 185 famílias, cujas habitações estavam instaladas em terreno municipal, permanecendo no local os agregados sedeados em terreno particular. Os primeiros realojamentos ocorreram em 1997 e prolongaram-se pelos dois anos seguintes, sendo as famílias acolhidas nos vizinhos bairros municipais da Avenida de Berlim, do Bairro dos Alfinetes e das Quintas das Salgadas e do Armador.

 

Próximo do local, na Azinhaga do Troca, o Pátio Manuel Alves, que abrigavaum núcleo de 21 famílias, era constituído por um alojamento principal, a casa mãe da Quinta, em alvenaria velha com dois pisos, vários alojamentos mais pequenos e contíguos, em alvenaria e tijolo, e outros, ainda, em tábuas e chapas, totalmente erradicado. Os realojamentos decorreram nos anos de 1997 e 1998, sendo estas famílias acolhidas pelos Bairros dos Alfinetes e do Armador, Casal dos Machados e Flamenga.

 


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parte II

 

Breve História do Carro Electrico em Portugal

O elétrico é o nome dado ao carro elétrico tradicional em grandes cidades como Lisboa e Porto. O elétrico faz um percurso tipicamente mas não obrigatoriamente turístico. Movimenta-se sobre carris (trilhos), que em geral encontram-se embutidos nas partes mais antigas das cidades. Destina-se sobretudo ao transporte de passageiros, e constitui um meio de transporte rápido, já que geralmente tem prioridade sobre o restante trânsito.

Os elétricos chegaram a Portugal em: Porto (1895), Lisboa (1901), Sintra (1904), Coimbra (1911) e Braga (1914). Em Portugal existem as 3 redes de elétrico em Lisboa, Porto e Sintra. As redes de Braga e Coimbra foram encerradas.

18 de Novembro de 1991. Há precisamente 22 anos fechava oficialmente a linha de eléctricos da Carris para o Poço do Bispo. Na prática, o último eléctrico que circulou até à Praça David Leandro Silva fê-lo na véspera, no dia 17 de Novembro de 1991, um Domingo, na carreira 3, na viagem que saíu do Arco do Cego às 21:30. Por uma coincidência notável era precisamente o dia em que a linha completava o seu 90º aniversário!

Ficava assim desactivado o troço de cerca de 2,5 Kms entre a Madre de Deus e o Poço do Bispo. Em funcionamento mantinha-se o troço entre a Rua da Alfândega e a Madre de Deus, seguindo depois pela Avenida Afonso III até ao Alto de São João, o qual era na altura "ocupado" pela nova carreira 23 (Rua da Alfândega-Praça do Chile), carreira resultante da divisão, já em 1991, da carreira 24 (Rua da Alfândega-Carmo) em duas (esta 23 e um 24 encurtado, que circulava entre o Carmo e o Alto de São João). Esta nova carreira 23 pouco mais tempo durou, tendo terminado no início de Outubro do ano seguinte, data em que ficou encerrada definitivamente toda a linha marginal oriental, exceptuando o troço entre a Praça do Comércio e terminal da Rua da Alfândega, alterado nessa época para servir os carros vindos do lado da Praça do Comércio e não de Santa Apolónia.

 

  • Curiosidade

Até à II Guerra Mundial, o 16 contou com três versões de serviços a preços reduzidos: os carros económicos, os carros do povo e os carros operários. Os dois primeiros pouco duraram (embora o 16 tenha sido a carreira em que subsistiram mais tempo); já os carros operários, introduzidos em 1 de Agosto de 1935, mantiveram-se até depois do 25 de Abril.

A tarifa dos carros operários era igual à dos carros ordinários, mas o bilhete, adquirido até às sete horas da manhã, era válido também para a viagem de regresso no mesmo dia de tarde.

Aqui o 16 afirmou novamente a sua importância: a carreira 15, demasiado procurada, não permitia a utilização daqueles bilhetes nas viagens de regresso (por contraste com as restantes carreiras, em que eram válidos indiscriminadamente).

Historias das carreiras da Carris - 16 O electrico Ribeirinho 

 

 

CARREIRA Nº 3 - POÇO DO BISPO - ARCO DO CEGO

Em 1972 e na sequência de uma "determinação superior", a Carreira 3 deixou de circular na Av. da República e no Campo Pequeno, sendo encurtada à estação do Arco do Cego.

Percurso: Praça David Leandro da Silva (Poço do Bispo), Rua do Açúçar, Rua do Beato, Rua de Xabregas, Madre de Deus, Calçada da Cruz da Pedra, Rua de Santa Apolónia, Largo Caminhos de Ferro, Estação de Santa Apolónia, Lg. Chafariz de Dentro, R. Terreiro do Trigo, Campo das Cebolas, Rua da Alfândega, Rua da Prata (sentido ascendente) / Rua dos Fanqueiros (sentido descendente), Praça da Figueira, Poço do Borratem (sentido ascendente) / Rua da Palma (sentido descendente), Largo Martim Moniz, Rua da Palma, Av. Almirante Reis, Largo de Santa Bárbara, Jardim Constantino, Largo e Rua D. Estefânia, Arco do Cego (terminal). 

 

Poço do Bispo (chegada de um eléctrico)

 

 

CARREIRA Nº 16 - POÇO DO BISPO - ALGÉS

Inaugurada em 1901 e suprimida em Novembro de 1991, esta carreira teve as seguintes alterações:

Entre 1950 e 1966 - XABREGAS - BELÉM

Entre 1966 e 1976 - POÇO DO BISPO - BELÉM

Entre 1976 e 1988 - POÇO DO BISPO - ALGÉS 

Entre 1988 e 1991 (Agosto) - POÇO DO BISPO - BELÉM Entre Agosto e Novembro de 1991 - POÇO DO BISPO - CAIS DA ROCHA

 

Percurso:

Praça David Leandro da Silva (Poço do Bispo), Rua do Açúçar, Rua do Beato, Rua de Xabregas, Madre de Deus, Calçada da Cruz da Pedra, Rua de Santa Apolónia, Largo Caminhos de Ferro, Estação de Santa Apolónia, Lg. Chafariz de Dentro, R. Terreiro do Trigo, Campo das Cebolas, Rua da Alfândega, Praça do Comércio, Rua do Arsenal, Largo do Corpo Santo, Rua de São Paulo, Rua da Boavista, Largo do Conde Barão, Largo Vitorino Damásio, Santos, Av. 24 de Julho, Rocha do Conde de Óbidos, Rua Fradesso da Silveira, Largo do Calvário, Rua 1º de Maio, Estação de Santo Amaro, Rua da Junqueira, Praça Afonso de Albuquerque, Rua de Belém, Praça do Império, Rua Bartolomeu Dias, Largo da Princesa, Rua de Pedrouços, Rua Damião de Góis, Algés (Jardim)

(Fonte: Luis Cruz-Filipe)

 

 

 

CARREIRA Nº 27 - CAMPOLIDE - POÇO DO BISPO

Inaugurada em Julho de 1958, esta carreira circulou até 1990, altura em que foi suprimida, tendo sofrido duas grandes alterações durante a sua duração.

A primeira, foi um encurtamento ao Arco do Cego. Provavelmente devido à supressão das linhas de eléctricos entre S. Sebastião e Benfica/Carnide, o troço junto ao Largo de S. Sebastião da Pedreira (junto à Região Militar de Lisboa) foi desactivado.

Em 1975, a carreira foi prolongada do Arco do Cego a Campolide, efectuando terminal na raquete junto à Av. Conselheiro Fernando de Sousa.

Percurso: Campolide (Av. Conselheiro Fernando de Sousa), Rua Marquês de Fronteira, S.Sebastião, Av. Duque de Ávila, Arco do Cego, Av. Rovisco Pais, Av. Manuel da Maia, R. António Pereira Carrilho, Praça do Chile, Rua Morais Soares, Praça Paiva Couceiro, Alto de S. João, Av. Afonso III, Madre de Deus, Rua de Xabregas, Rua do Beato, Rua do Açúçar, Praça David Leandro da Silva (Poço do Bispo).

(Fontes: Luís-Cruz Filipe e memória do Visitante)

 

25-Poço do Bispo

Praça David Leandro da Silva (Poço do Bispo)

 

Retirado do Blog:https://tlimtlimxabregas.blogs.sapo.pt/


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parte III

 

A Conversa dos Outros

A CONVERSA DOS OUTROS é uma série documental que dá a conhecer os bairros históricos lisboetas e as pessoas que os habitam ou que por lá trabalham. Ouvir o que cada um tem a dizer, acompanhando situações do dia-a-dia que mostrem como se vive em Lisboa, quais as sugestões para melhorar a cidade, no fundo, saber qual a conversa dos outros sobre a cidade de Lisboa. As histórias dos bairros de Lisboa contadas por pessoas que lá habitam.

O segundo programa de “A Conversa dos Outros” leva-nos até Marvila, a terceira maior freguesia de Lisboa, atravessada pelos Vales Fundão e de Chelas, e pelas linhas de comboio de Santa Apolónia e Campolide. Vamos ficar a conhecer melhor esta zona através do olhar do jovem Hugo Silva, um dos diretores da Sociedade Musical 3 de Agosto de 1885 e Carla Pereira, costureira, ambos moradores em Marvila. Neste programa vamos ainda conhecer Luís Ramos, comerciante estabelecido há décadas na zona e proprietário da drogaria de Marvila; Vasco Wellenkamp, coreógrafo e diretor da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo; José Barros, um dos últimos tanoeiros ainda em atividade na cidade de Lisboa; Manuel Madeira, empresário que se mudou para a zona à procura de um melhor espaço para a sua empresa; José Gonçalves, que nos conta parte da história do bairro através das estórias dos armazéns José Domingos Barreiro; Vítor Ferreira, homem que dedicou parte da vida a Angola e outra à Mansão de Marvila; Fernando Nabais, morador, poeta e antigo trabalhador da Sociedade Portuguesa de Sabões; Manuel Fernandes, sapateiro que criou raízes no bairro ainda na altura do desenvolvimento industrial da zona e Elsa Figueiredo do minimercado da Elsa, ponto de encontro das pessoas do bairro.

RTP2 Play

 

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parte IV

Marvila e as Marchas de Lisboa

Breve História das Marchas Populares de Lisboa

As “Maias”, originaram as festas dos três Santos Populares, Santo António, S. João e S. Pedro. Eram as “Maias” cantos litúrgicos dedicados no mês de Maio, à Virgem Maria, Porém, tendo-se adulterado o seu carácter religioso, com povo a fazer bailados nas ruas das cidades, forma consideradas pagãs e assim, foram proibidas no século XIV, por ordem de El-Rei Dom João I.


O povo que sempre gostou de cantar e bailar, passou todavia, a celebrar outra festa, oriunda da bênção dos primeiros frutos, em Quinta-Feira de Ascensão de Jesus Cristo: o “Dia da Espiga”, o povo vai aos campos para recolher, raminho de oliveira, rosmaninho, malmequer, papoila e trigo. Ainda hoje na «Quinta-Feira da Espiga», há esta tradição chegando a haver vendedores de rua a vender o “Raminho da Espiga” e que segundo a tradição é guardado em casa até ao ano seguinte.

Por meados do século XVIII, os franceses durante o período napoleónico, iniciaram a moda de dançar as marchas militares, realizavam em Junho para celebrar a tomada da Bastilha a que chamavam “marche aux falambeaux ” em que o povo desfilava com uns archotes acesos na mão. Este costume foi adoptado pelos portugueses que lhes passaram a chamar “Marcha ao flambó" (portanto adaptação do termo francês), só que nós os portugueses substituímos os «archotes revolucionários dos franceses» por "balões de papel" e "fogo de artificio", que tinham sido costumes trazidos da China no século XVII, e que jà eram usados nos arraiais e feiras por todo o País, e assim as antigas danças e cantares de "Maio à Virgem Maria" que entretanto tinham sido proibidas foram transpostas para o mês de Junho, passando a celebrar-se as festas dos «Santos Populares», “Santo António, São João e São Pedro “.

Lisboa veste-se de cravos rubros que são esplendor em Junho festivo, de vasos com manjericos nas janelas, sendo costume colocar na copa do manjerico, um cravo encarnado com uma bandeirinha hasteada com uma quadra popular escrita.

A alcachofra brava, também tem o seu simbolismo nestas festividades, quem queria saber se era correspondida/o no amor pelo namorado, devia chamuscar na fogueira, a alcachofra em flor, e sea mesma passados alguns dias voltasse a florir, era sinal que o amor era sincero e daria em casamento. Sobre o saltar à fogueira, houve também muita inspiração para versos mais “malandrecos”

Ou ela não usa calças

Ou as tem na lavadeira

Dei por isso ontem à noite

Quando saltava à fogueira

As Marchas têm um ritmo diferente do Fado: mais cadenciado, mais vivo e de métrica poética menos uniforme, sempre enriquecida pelo «estribilho» , o refrão no Fado, mas arcos, balões, cravos manjericos, alcachofras, fogueiras e danças não deixam de ser motivos de inspiração para os letristas de Fado.

Consulta: Fado- Mascarenhas Barreto

 

Marvila

 

As Marchas Populares de Lisboa, remontam a 1932, são uma das antigas tradições culturais da cidade de Lisboa. Em 1950 pelas mãos da Sociedade Musical 3 de Agosto de 1885, nasce a Marcha de Marvila e desde essa altura e com o decorrer dos anos foi inovando em todos os aspectos.

 

A Marcha A Marcha de Marvila é organizada pela Sociedade Musical 3 de Agosto de 1885. A Marcha apresentou-se pela primeira vez extraconcurso em 1952, mas as primeiras experiências já tinham começado dois anos antes por iniciativa de quatro entusiastas: Artur Carinhas, Chico Ferreira, Sidónio e Hipólito. Foram eles que organizaram a Marcha de 1950 a 1955. Desfilavam só no bairro, em 1955, a Marcha já era responsabilidade da colectividade e já vai a concurso na Avenida da Liberdade.

  Pela sexta vez a Marcha de Marvila venceu as Marchas Populares de Lisboa (1963, 1967, 1995, 2001, 2002 e 2008). Com o tema "Marvila Vai 

P'ra Ramboia" Marvila venceu não só o prémio de melhor desfile na avenida mas, também, o prémio de melhor coreografia juntamente com Alfama.


A primeira madrinha da Marcha foi Fernanda Peres, seguiu-se-lhe Maria Marques, Maria do Espírito Santo, Helena Tavares, Diana, Carolina Tavares, Mariana Monteiro (2007) e Merche Romero (2008). Os padrinhos foram: Moniz Trindade, Tony da Matos, Carlos Coelho, Carlos Quintas, João Tavares, Nuno de Aguiar, Fernando Monteiro, Daniel Cardoso (2007) e Óscar Romero (2008).

 

Helena Tavares

 Fadista popular, nascida na zona oriental de Lisboa em 1932 (será madrinha da marcha de Marvila desde 1970 até morrer) Helena Tavares alcançou nos palcos do teatro de revista e nas casas de fado uma notável popularidade, que a tornou um dos nomes de referência até à sua morte prematura, em 1980. Lançada por Vasco Morgado no Teatro Avenida em Ó Rosa Arredonda a Saia, é na revista que conhecerá os seus maiores êxitos, como A Rua dos Meus Ciúmes, na revista A Vida é Bela. Apesar de não ter vocação de actriz, a sua voz agradável, clara e bem timbrada, e uma bela presença (foi considerada a mulher mais bonita do teatro português) foram argumentos mais do que suficientes para triunfar como fadista nos palcos. Esta dedicação à revista é comprovada por uma história que fica lendária no meio: grávida, Helena Tavares está em palco, na revista Elas São o Espectáculo, no Teatro Variedades, quando se rompem as águas, vindo assim a nascer a sua terceira criança, a actriz Helena Coelho.

Mas não é só no teatro de revista que se exprimiu a vocação de Helena Tavares. Nas melhores casas de fado (Luso, Faia, Adega Machado), esta fadista que já cantava desde criança exprime todo o seu talento, atraindo admiradores. Casada com o actor e empresário Carlos Coelho, Helena Tavares será ainda visita regular da televisão, em programas como Melodias de Sempre ou Quando Portugal Canta. Participou, igualmente, em diversas tournées pelo estrangeiro.

 

Marcos principais da carreira:

1932 Nasce a 20 de Setembro, na freguesia dos Olivais, em Lisboa.

1952 Estreia-se no Clube Oriental de Lisboa, com Regar e Pôr ao Luar, numa revista com o mesmo nome. Vasco Morgado contrata-a para o Teatro Avenida, na revista Ó Rosa Arredonda a Saia.

1955 Começa o seu relacionamento com o actor e empresário Carlos Coelho.

1959 Grava, para a Alvorada, o seu primeiro disco, Fados. 1960 Canta pela primeira vez, no Teatro Capitólio, o seu maior êxito, A Rua dos Meus Ciúmes.

1970 É pela primeira vez madrinha da Marcha de Marvila.

1975 Formaliza no registo civil a sua união de vinte anos com Carlos Coelho. Passa a actuar apenas em hotéis e casas de fado. 1980 Morre, vítima de cancro.

1992 Programa de homenagem na RDP.

 

Marcha de Marvila no FaceBook

 


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parte V

 Abel Pereira da Fonseca SARL

 

 

 O edifício “Abel Pereira da Fonseca”, antigo armazém de vinhos no Poço do Bispo, construído entre 1916 e 1917, em Marvila, com desenho de Manuel Norte Júnior é ainda hoje, quase 100 anos depois, uma “referência do património industrial da cidade” e está agora em vias de ser classificado como um imóvel de interesse municipal em Lisboa.

Praça Leandro da Silva 1/7, tornejando com Rua do Amorim 2/6, ao Poço do Bispo, Freguesia de Marvila Autores: Norte Júnior (arquitecto) Insere-se numa parcela mais vasta anteriormente ocupada pela Sociedade Comercial Abel Pereira da Fonseca, que incluía adega, engarrafamento e comercialização de vinhos.

 

 

Enquadra-se o edifício no 1º período novecentista, que abrange o primeiro quartel do século até à emergência das artes decorativas e do modernismo. Período de grande ecletismo onde pontuam das experiências Arte Nova aos “neo” (românico, árabe,…), da Casa Portuguesa à tradição “Beaux Arts”.

Neste exemplar é bem sintetizado o período temporal e a função, num cuidado desenho de fachadas, referenciando os tonéis de vinho dos grandes janelões circulares, simples e simultaneamente muito ornamentados nos seus simbólicos cachos de uvas.A composição espelha bem uma modernidade algo eclética bem cara a este período temporal.

Restos de Colecção- Abel Pereira da Fonseca

 

Fundada em 1906, os primeiros armazéns situavam-se na Rua da Manutenção, passando em 1908 para a Rua do Amorim. Em 1930, edificaram-se novas oficinas, armazéns, depósitos e casas de pessoal. Do que resultou uma unidade fabril-habitacional destacada no conjunto do bairro, pois, além de dispor deste edifício com arquitectura de marca, incluía ainda uma vila para os empregados. Convém acrescentar, finalmente que o sucesso ligado a esta empresa resultou da tenacidade de um empresário, que foi também Presidente da Câmara do Bombarral de 1945 a 1950, e autor de grandes inovações estruturais no concelho.

fontes:em construção

 


 

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Parte VI

Edifício da José Domingos Barreiros Lda 

 

Edificio Jose Domingos Barreiro sarl.

Firma fundada em 1896, no ramo comercial dos vinhos, por grosso e para exportação. Instalou-se no Poço do Bispo como muitas outras casas deste ramo de actividade. 

 

Cronologia

O átrio e a escadaria estão revestidos de azulejos datados de 1928, trabalho da autoria de A. Moutinho, representando aspectos da Quinta das Varandas.

Historial

Esta firma foi destinada, em 1896, a servir o ramo comercial dos vinhos, por grosso e para exportação. Como acontecia à época, instalou-se no Poço do Bispo, ficando assim, e perdurando ainda hoje, como marca arquitectónica de peso, no meio de muitas outras casas com a mesma actividade.